Introdução
Durante
a vida terrena de Jesus, os fariseus sempre duvidaram da Sua identidade e
palavra.
Os
fariseus sentiam-se donos de uma verdade que lhes era conveniente e sobre a
qual dominavam. À mulher surpreendida em adultério foram ter com Jesus para
terem com que acusa-lo, dependendo da forma como ele julgasse o pecado e a
pecadora (Jo 8:1-6).
Jesus
usou do argumento da verdade conveniente para afirmar a verdade de Deus, a qual
incomoda muita gente, pois confronta o caráter das pessoas. De forma simples e
direta, a verdade de Jesus tocou no caráter daqueles homens ao propor-lhes que
sendo eles escribas e fariseus justos, sem pecado, que executassem a condenação
prescrita na lei de Moisés (Jo 8:7-9).
A
mulher, pecadora assumida, foi tratada pela verdade de Deus, a qual lhe trouxe
libertação da condenação do pecado e uma proposta de vida santificada (Jo
8:10,11). Jesus afirmou sobre aquela mulher sua identidade como Senhor e
Salvador ao declarar: “Nem eu tampouco te
condeno”.
Mas,
a dúvida dos judeus quanto a identidade e palavra de Jesus não parou por aqui.
Sempre
que Jesus revelava a Sua identidade através das suas palavras, os judeus
questionavam e rejeitavam-na, chegando ao ponto de querer matá-lo (Jo 8:12,13).
Ao
revelar Sua identidade, Jesus provava sua origem (Jo 8:14), demonstrava ser o
Filho de Deus (Jo 8:16-18) e afirmava as trevas espirituais que aquelas pessoas
viviam (Jo 8:19).
Por
causa da Sua identidade e palavra, Jesus descortinava o caráter dos judeus, em
especial, dos escribas e fariseus (Jo 8:21-24).
A
verdade conveniente daquela geração, acomodada na tradição, no passado e nas
experiências de outros da sua raça, não os permitia entender o que Jesus lhes
falava (Jo 8:25-27).
Mas,
a verdade revelada em Jesus descortinava os propósitos de Deus (Jo 8:28-30).
Num
instante, muitos judeus creram em Jesus, mas ainda a verdade conveniente
prevalecia em seus corações (Jo 8:30-38).
O
confronto entre a verdade de Deus e a verdade conveniente dos homens pecadores
que se estribam em suas próprias opiniões e práticas sempre será inevitável (Jo
8:39-42).
A
verdade de Deus não é expressa pelas tradições, sentimentos ou conclusões dos
homens, mas tão somente revelada em Cristo Jesus pelo Espírito Santo (Jo
8:43-47).
Quando
as pessoas não conseguem entender a verdade de Deus expressa na Sua Palavra, a
tendência é desfazer, desmerecer e desonrar os seus mensageiros (Jo 8:48-57).
Independente
das reações das pessoas que insistem em não reconhecer a Cristo como Senhor e
renderem-se ao governo da Sua Palavra (sobre suas vidas, emoções, pensamentos e
práticas), a identidade e a Palavra de Jesus revelam que Ele é Deus, Deus
encarnado na pessoa de Cristo (Jo 8:58,59).
Desenvolvimento
Diante
da exposição deste texto é possível concluir que a verdade conveniente continua
existindo no coração de muitas pessoas hoje, assim como a verdade de Deus
continua absoluta e revelada pelo Espírito Santo através da Palavra do Senhor.
Os
confrontos continuam a existir, não só com aqueles que nunca creram em Cristo,
como também com aqueles que dizem crer em Cristo, mas não aceitam a sua verdade
absoluta, preferindo viver com suas verdades convenientes.
As
verdades convenientes nada mais são do que mentiras, por isso é fundamental
discernir como elas agem no íntimo das pessoas:
·
São ilusórias,
fazendo com que as pessoas nunca enxerguem a sua real condição diante de Deus,
assim como aqueles judeus diante de Jesus (Jo 8:21-23; 33,34).
·
Escondem o caráter deformado e
controlado pelo pecado, dando às pessoas uma posição hipócrita
diante dos seus próprios pecados (Jo 8:7-9).
·
Entronizam a mentira depreciando a
verdade de Deus, conferindo uma certeza aos corações das
pessoas que cada vez mais as aproxima do inferno (Jo 8:39-45)
·
Estabelecem uma fé contraditória, pois
valorizam a história e as experiências em detrimento da revelação da verdade em
Cristo (Jo 8:47-53)
·
Enquanto a verdade de Deus revela o próprio
Deus em Cristo, as verdades convenientes levantam dúvidas nos corações das
pessoas e quando são confrontadas, levam as pessoas ao descontrole (Jo
8:54-59).
Olhando
para formação cultural brasileira, é possível perceber claramente a influência
da mentira ou das verdades convenientes na formação cultural do povo
brasileiro.
Desde
a mais tenra idade a mentira é afirmada como:
·
A grande solução para os pecados que denegrem
a imagem das pessoas; tem quem defenda a ideia de que uma “mentirinha” de vez
em quando faz bem;
·
A saída para esquecer os traumas, a pobreza
material e espiritual, pois muita gente faz parte da turma do “me engana que eu
gosto”, fazendo de conta que tudo vai bem.
·
A marca do povo que “gosta de levar vantagem
em tudo”, independente da verdade.
Desde
os primórdios da história brasileira a mentira define os contornos da
moralidade e da ética, pois se impõe como o meio à obtenção de vantagens,
lucros e posições, levando as pessoas a acreditar que não importam os meios,
mas sim os fins.
A
política e as instituições brasileiras possivelmente sejam os maiores ícones da
mentira, a ponto do povo em geral acreditar, defender e votar nos candidatos
que “roubam, mas fazem”.
Conclusão
Cabe
à Igreja de Cristo:
·
Repudiar a mentira em todos os seus escalões
e aplicações.
·
Viver a verdade de Deus e na verdade de Deus,
uma verdade que seja fé e prática.
·
Anunciar a verdade absoluta de Deus e jamais
negociá-la em detrimento de possíveis vantagens nesta vida.
Finalmente,
cabe ressaltar as duas máximas de Jesus, “e conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará” (Jo 8:32) e “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente
sereis livres.” (Jo 8:36).
Mais
do que passagens bíblicas utilizadas no evangelismo, que estas palavras
libertem a Igreja das suas verdades convenientes e a levem a viver a verdade e
pela verdade de Deus, ainda que se necessário for, de forma sacrificial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário