quarta-feira, setembro 04, 2013

A CRISE DA VERDADE

Introdução
Durante a vida terrena de Jesus, os fariseus sempre duvidaram da Sua identidade e palavra.

Os fariseus sentiam-se donos de uma verdade que lhes era conveniente e sobre a qual dominavam. À mulher surpreendida em adultério foram ter com Jesus para terem com que acusa-lo, dependendo da forma como ele julgasse o pecado e a pecadora (Jo 8:1-6).

Jesus usou do argumento da verdade conveniente para afirmar a verdade de Deus, a qual incomoda muita gente, pois confronta o caráter das pessoas. De forma simples e direta, a verdade de Jesus tocou no caráter daqueles homens ao propor-lhes que sendo eles escribas e fariseus justos, sem pecado, que executassem a condenação prescrita na lei de Moisés (Jo 8:7-9).

A mulher, pecadora assumida, foi tratada pela verdade de Deus, a qual lhe trouxe libertação da condenação do pecado e uma proposta de vida santificada (Jo 8:10,11). Jesus afirmou sobre aquela mulher sua identidade como Senhor e Salvador ao declarar: “Nem eu tampouco te condeno”.

Mas, a dúvida dos judeus quanto a identidade e palavra de Jesus não parou por aqui.

Sempre que Jesus revelava a Sua identidade através das suas palavras, os judeus questionavam e rejeitavam-na, chegando ao ponto de querer matá-lo (Jo 8:12,13).

Ao revelar Sua identidade, Jesus provava sua origem (Jo 8:14), demonstrava ser o Filho de Deus (Jo 8:16-18) e afirmava as trevas espirituais que aquelas pessoas viviam (Jo 8:19).

Por causa da Sua identidade e palavra, Jesus descortinava o caráter dos judeus, em especial, dos escribas e fariseus (Jo 8:21-24).

A verdade conveniente daquela geração, acomodada na tradição, no passado e nas experiências de outros da sua raça, não os permitia entender o que Jesus lhes falava (Jo 8:25-27).

Mas, a verdade revelada em Jesus descortinava os propósitos de Deus (Jo 8:28-30).

Num instante, muitos judeus creram em Jesus, mas ainda a verdade conveniente prevalecia em seus corações (Jo 8:30-38).

O confronto entre a verdade de Deus e a verdade conveniente dos homens pecadores que se estribam em suas próprias opiniões e práticas sempre será inevitável (Jo 8:39-42).

A verdade de Deus não é expressa pelas tradições, sentimentos ou conclusões dos homens, mas tão somente revelada em Cristo Jesus pelo Espírito Santo (Jo 8:43-47).

Quando as pessoas não conseguem entender a verdade de Deus expressa na Sua Palavra, a tendência é desfazer, desmerecer e desonrar os seus mensageiros (Jo 8:48-57).

Independente das reações das pessoas que insistem em não reconhecer a Cristo como Senhor e renderem-se ao governo da Sua Palavra (sobre suas vidas, emoções, pensamentos e práticas), a identidade e a Palavra de Jesus revelam que Ele é Deus, Deus encarnado na pessoa de Cristo (Jo 8:58,59).


Desenvolvimento
Diante da exposição deste texto é possível concluir que a verdade conveniente continua existindo no coração de muitas pessoas hoje, assim como a verdade de Deus continua absoluta e revelada pelo Espírito Santo através da Palavra do Senhor.

Os confrontos continuam a existir, não só com aqueles que nunca creram em Cristo, como também com aqueles que dizem crer em Cristo, mas não aceitam a sua verdade absoluta, preferindo viver com suas verdades convenientes.

As verdades convenientes nada mais são do que mentiras, por isso é fundamental discernir como elas agem no íntimo das pessoas:

·         São ilusórias, fazendo com que as pessoas nunca enxerguem a sua real condição diante de Deus, assim como aqueles judeus diante de Jesus (Jo 8:21-23; 33,34).

·         Escondem o caráter deformado e controlado pelo pecado, dando às pessoas uma posição hipócrita diante dos seus próprios pecados (Jo 8:7-9).
·         Entronizam a mentira depreciando a verdade de Deus, conferindo uma certeza aos corações das pessoas que cada vez mais as aproxima do inferno (Jo 8:39-45)

·         Estabelecem uma fé contraditória, pois valorizam a história e as experiências em detrimento da revelação da verdade em Cristo (Jo 8:47-53)

·         Enquanto a verdade de Deus revela o próprio Deus em Cristo, as verdades convenientes levantam dúvidas nos corações das pessoas e quando são confrontadas, levam as pessoas ao descontrole (Jo 8:54-59).

Olhando para formação cultural brasileira, é possível perceber claramente a influência da mentira ou das verdades convenientes na formação cultural do povo brasileiro.

Desde a mais tenra idade a mentira é afirmada como:
·         A grande solução para os pecados que denegrem a imagem das pessoas; tem quem defenda a ideia de que uma “mentirinha” de vez em quando faz bem;

·         A saída para esquecer os traumas, a pobreza material e espiritual, pois muita gente faz parte da turma do “me engana que eu gosto”, fazendo de conta que tudo vai bem.

·         A marca do povo que “gosta de levar vantagem em tudo”, independente da verdade.

Desde os primórdios da história brasileira a mentira define os contornos da moralidade e da ética, pois se impõe como o meio à obtenção de vantagens, lucros e posições, levando as pessoas a acreditar que não importam os meios, mas sim os fins.

A política e as instituições brasileiras possivelmente sejam os maiores ícones da mentira, a ponto do povo em geral acreditar, defender e votar nos candidatos que “roubam, mas fazem”.


Conclusão
Cabe à Igreja de Cristo:

·         Repudiar a mentira em todos os seus escalões e aplicações.

·         Viver a verdade de Deus e na verdade de Deus, uma verdade que seja fé e prática.

·         Anunciar a verdade absoluta de Deus e jamais negociá-la em detrimento de possíveis vantagens nesta vida.

Finalmente, cabe ressaltar as duas máximas de Jesus, “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32) e “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8:36).


Mais do que passagens bíblicas utilizadas no evangelismo, que estas palavras libertem a Igreja das suas verdades convenientes e a levem a viver a verdade e pela verdade de Deus, ainda que se necessário for, de forma sacrificial.

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